terça-feira, 7 de dezembro de 2010
”Deus e o Diabo no Liquidificador”: tropicalismo,contemporaneirdade e irreverência do "Cérebro Eletrônico"
Em seu mais recente trabalho “Deus e o Diabo no Liquidificador”, a banda “Cérebro Eletrônico” confirma sua veia criativa e a capacidade de filtrar influências setentistas e contemporâneas numa roupagem que (aproveitando o mote de seu disco anterior) vai além da simples aparência de modernidade.
Pop tropicalista psicodélico sempre inusitado, contemporâneo, aberto a novas experiências por um universo de sexo drogas, rock’n’roll e nonsense. Repleto de boas referências,o grupo devolve em originalidade, sensibilidade contemporânea e humor afiado seu preciso exercício antropofágico.
“Decência” é candidata fácil a ser um dos hits alternativos do momento com sua irreverência refinada, que passa longe dos clichês, mas tem a manha de manter-se pop. Bons achados perpassam as bem sacadas letras como a “máxima”: “Deus é mais, o diabo é menos, o homem é mais ou menos”, em “Os Dados estão lançados”, que fala de sexo, bissexualidade e ménage, com uma naturalidade e leveza contemporânea, e conclui sem dramas, que "Freud está morto" e “o inferno está cheio de divãs”.
Momentos de lirismo romântico também têm lugar, mas passam bem longe da indigência poética que freqüenta as paradas brasileiras em profusão. A ironia e o cinismo substituem a dor de corno como em “Desquite”: “A casa caiu/Ou me mudo/Ou me caso/Ou me acabo em álcool/Algo que faça sentido/Algo que me traga alívio/Estou tão sóbrio e só/Meu mundo acabou/Ou me mato/Ou me trato/Ou me acabo em álcool/Algo que faça sentido/Algo que me traga alívio/Estou tão sóbrio e só/Estou tão sóbrio e só/Estou tão sóbrio e só/Estou tão só/Com você por perto/Ou me calo/Ou te bato/Ou me acabo em álcool/Algo que faça sentido/Algo que me traga alívio/Estou tão sóbrio e só/A casa caiu//Ou me mudo/Ou me caso/Ou me acabo em álcoo”.
Ou pulam direto para a revanche como em "você me deu o fora/agora eu vou a forra/ e vou sair/ vou me jogar/ no iê iê iê/ no bafafa/ no mulherio/ não vou voltar (...) em tom gozador, esculhambado e carnavalesco com uma rítmica brazuka impagável.
A produção de Alfredo Bello (DJ Tudo) e Fernando Maranho, acerta a mão e permite que o grupo seja pop na medida certa, sem perder a veia alternativa e experimental. “Deus e o Diabo no Liquidificador” conta com participações especiais de Helio Flanders (Vanguart), Tulipa Ruiz, Leo Cavalcanti, Carlos Zimbher, Gustavo Galo (Trupe Chá de Boldo), Dudu Tsuda (teclado), Guilherme Calzavara (trompete), Maurício Fleury (teclado), Isidoro Cobra (voz), Alfredo Bello (moog e voz), Ana Elisa Colomar (violoncelo), Cíntia Zanco (violino) e Marcelo Monteiro (sax e flauta).
”Deus e o Diabo no Liquidificador” tem tudo para dar sequência à trajetória de “Pareço Moderno”, elogiado segundo álbum, que rendeu ao grupo indicações a prêmios, participações em grandes festivais ao lado de atrações internacionais e o reconhecimento entre os melhores lançamentos musicais do ano (2008) pela imprensa especializada.
Para ouvir:
http://www.myspace.com/cerebroeletronico
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Bem meu mano! Agora não passo para comentar as dilétas mensagens, mas para convida-lo a visitar meu blog, criado recentemente… Um espaço criado para tentar mostrar que dentro da religião cristiana, existe dois lados, o humano e o desumano… Esse é o trabalho.
ResponderExcluirJa estou seguindo esse blog.
Abraço.
http://www.emterradecego11.blogspot.com