Esse é um resgate que fico devendo à revista Veja. O motivo,
uma matéria altamente tendenciosa feita pela revista quando da vinda da artista
multimídia Laurie Anderson ao Brasil para uma exposição de seu trabalho em
artes plásticas. O comentário, que não lembrarei na integra dizia algo do tipo “ter
gostado dos discos da Laurie Anderson nos anos 80 é como ter sido esquerdista
na juventude: algo que qualquer pessoa de bom senso busca esquecer na idade
adulta”. Motivo mais que suficiente para procurar nos sebos os vinis da
inquieta e inovadora artista que impressionou os anos 80 com seus irreverentes
e shows multimídias impregnados de nonsense... Valeu Veja! rsrsrsr
sexta-feira, 14 de junho de 2013
ULTRAVOX, FUTURISMO OITENTISTA E AS IDÉIAS DE PERMANÊNCIA E OBSOLESCÊNCIA NA ARTE (OU QUASE...)
Dialogando no face com um amigo que comentava como certos sons nos anos 80 soavam inovadores e até futuristas e como hoje é perceptível o quanto os mesmos eram tributários dos anos 70 me veio o seguinte comentário que me ocorreu repostar aqui:
E cada vez menos eu acredito nas grandes rupturas estéticas. Os anos 70 são filhos dos 60 e os 80 brincam com quase todas as décadas do século XX. Bem-vindo à tal pós-modernidade, seja lá o que ela for rssr. Aliás a new wave e o pós-punk nascem dos 70 mesmo: Kraftwerk, Bowie, Kraunt Rock, música jamaicana, black music, são só algumas das influências mais assumidas, mas muita banda da vertente mais pop da new wave devia até ao hard rock. Mas que havia um sabor de "novo" e futurismo em tudo isso, que hoje soa deliciosamente datado, havia, rsrs. Mas como eu tenho defendido, na minha visão atual, toda arte é datada, já que ela carrega a marca do tempo que a produziu. Nossos gostos ou preconceitos contemporâneos é que fazem com que alguns sons pareçam menos datados porque parecem mais com a identidade que julgamos ter hoje (ou vestir hoje?). "Narciso acha feio o que não é espelho". Amanhã, a contemporaneidade muda de roupa e passamos a julgar algo que hoje julgamos "atemporal" como "datado" e algo que julgavamos datado passa a ser atemporal, ou "da hora" rsrs. A arte é filha do tempo com a eternidade, mas nós somos irremediavelmente do tempo, precários, identidades fluidas, por vezes descatáveis... Ou não... rsrsrsrs...
NO LINK, a banda que motivou o debate, Ultravox, uma cruza entre influências de Kraftwerk, Bowie, punk e new wave, fruto da virada dos 70 para 80.
Um dos principais grupos ingleses do movimento que incorporou a música eletrônica ao rock no início dos anos 80. Unindo a energia punk/new wave ao minimalismo eletrônico, e a passagens instrumentais ricas e vocalizações épicas, soa hoje como um curioso elo perdido que merece uma audição mais atenta.
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